quarta-feira, 13 de abril de 2011

COLUNA "ABRINDO O JOGO"


O PESO DO TREINADOR

Uma pergunta tem inquietado o futebol brasileiro nos últimos anos: O que tem levado nossos clubes a valorizarem tanto os treinadores de futebol? Será que os treinadores merecem a fortuna que recebem?
Atualmente observa-se uma supervalorização desses profissionais. A maioria dos clubes de pontas do futebol brasileiro possuem dívidas astronômicas. Os treinadores quase sempre assinam contratos de longo prazo e não os chegam a cumprir até o fim, uma vez que é comum demissão durante os campeonatos. Entretanto, os clubes, por força dos contratos, são obrigados a pagarem as multas indenizatórias pela quebra contratual e vêem suas dívidas aumentarem cada vez mais pela burrice de seus dirigentes.
Por incrível que possa parecer, alguns clubes pagam salários de dois e até três treinadores, em virtude das quebras de contratos. Os clubes contrários a essa política têm vislumbrado um horizonte melhor. Todos reconhecem em Luxemburgo, Felipão e Murici Ramalho os principais treinadores do futebol brasileiro e recebem salários que não condizem com a nossa realidade econômica. Porém, os emergentes como Dorival Junior, Cuca, Renato Gaucho, Adilsom Batista e outros menos cotados, estão a caminho dos grandes salários. Ou nossos clubes buscam novas alternativas, ou estão fadados a falência.
Nossos dirigentes estão invertendo as coisas no futebol. Ao invés de valorizarem os jogadores, artistas do espetáculo, estão supervalorizando os coadjuvantes. Os grandes clubes serão sempre lembrados pelos grandes jogadores, e com raras exceções pelos seus treinadores. Alguém lembra do treinador do Santos na época de Pelé, Coutinho, Pepe, Zito, Mengalvio e cia? E do Botafogo de Mané Garrincha, Didi, Nilton Santos? Alguém lembra do nome do técnico da seleção da Hungria na copa de 1954? Mas certamente todos lembram de Puskás e sua seleção maravilhosa.
Quisera que nossos torcedores lotassem os estádios para referendar nas arquibancadas o nomes dos jogadores ídolos de seus times, e que os treinadores fizessem seus trabalhos sem pretensão de serem mais importantes do que pensam que são.

Delman Costa É SOCIOLOGO E MEMBRO DA EQUIPE DE TRABALHO DA SEDCRETARIA DE ESTADO DO DESPORTO E LAZER DO AMAPÁ.

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